Pastor Alexandre Feitosa
Antes de responder a essa pergunta, é
imprescindível entender a origem do sofrimento dos homossexuais. Nenhuma
orientação sexual, em si mesma, produz sofrimento, ou seja, ninguém sofre por
ser gay ou lésbica. Há, entre os homossexuais, uma sensação de inadequação e de
anormalidade, fruto de uma sociedade que marginaliza os diferentes. O
sofrimento de gays e lésbicas é resultado do alto grau de preconceito e
discriminação a que estão expostos diariamente. Para gays e lésbicas cristãos,
o sofrimento é maior, pois as cobranças e as expectativas da igreja e da família somam-se
à pressão de outros setores da sociedade.
Orientação sexual não é uma característica
passageira. Ninguém está gay, assim como ninguém está hétero. Se fosse um
estado – como muitos afirmam – seria possível mudar. A orientação sexual faz
parte da constituição emocional mais íntima das pessoas. Homossexualidade não é
fase, não é tendência, não é inclinação, não é moda, muito menos comportamento.
Homossexualidade é característica imanente (intrínseca), imutável e permanente
de uma pequena parcela dos seres humanos.
É necessário, entretanto, responder a outra
pergunta importante: por que homossexuais cristãos desejam mudar? Primeiro porque
acreditam que a Bíblia condena a homossexualidade; segundo, porque anseiam ser parte
do grupo majoritário e hegemônico, formado pelos heterossexuais. O anseio de
mudança é motivado, portanto, por dois aspectos: um aspecto espiritual (fazer a
vontade de Deus) e um aspecto social (ser parte do grupo de prestígio).
Há respostas para ambos os aspectos. Estudos
teológicos realizados desde a década de 1950 revelam que não há condenação
bíblica à homossexualidade. Em suma, esses estudos indicam que os atos
homossexuais descritos nas Escrituras são cometidos NÃO por força de orientação
sexual - conceito até então desconhecido - mas por influência de outros
contextos: abuso sexual (Sodoma e Gomorra), prostituição cultual (Levítico
18.22, Deuteronômio 23.17 e 18), hedonismo/idolatria (Romanos 1) e devassidão
(1ª Coríntios 6.9) (Aos que desejam conhecer melhor o assunto, sugiro a leitura
dos artigos publicados neste Blog).
O grupo hegemônico não admite a presença dos
diferentes. Sair desse grupo está fora de cogitação para muitos gays, que acabam
pagando um preço caro demais. Sofrem pelo silêncio e pela solidão, pelo medo de
compartilhar a dor, pela decepção de não alcançar o padrão exigido, pela
carência afetiva, pela ansiedade quanto ao futuro, pelas expectativas da igreja
e da família. De fato, é difícil aceitar a própria sexualidade nesse contexto.
Há um falso conforto dentro do armário, mas ele é sufocante, traz dor, uma dor
permanente, que aumenta conforme o tempo passa. É preciso acreditar que, em
Cristo, há vida fora do armário! Há vida fora dos padrões impostos pela
religiosidade.
Isaías expressa claramente o pensamento do
Criador (leia Isaías 45.9). O que Deus está dizendo pelo profeta é o seguinte:
minha vontade é soberana e deve prevalecer sobre a sua! Deus não admite que O
questionemos como se Ele fosse passível de cometer erros! A tendência do homem
é sofrer quando luta contra as determinações divinas (Ai daquele que contende
com seu criador!). O apóstolo Paulo acrescenta: “Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o
objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim?” (Romanos 9.20).
Apesar do imperativo bíblico, nossa atitude normalmente é conduzida pelas
expectativas alheias. Acreditando fazer a vontade de Deus, permitimos
passivamente que nosso coração seja violentado para se ajustar ao padrão das
estruturas religiosas. Embora este mundo nos traga aflições, Deus não nos fez
para o sofrimento. Nesse caminho, muitos perdem a fé e abandonam a Igreja.
Lembremo-nos: Deus não comete erros. Salomão
escreveu: “Ele fez tudo apropriado a seu tempo. Também pôs no coração do
homem o anseio pela eternidade; mesmo assim este não consegue compreender
inteiramente o que Deus fez”. (Eclesiastes 3.11)
No afã enganoso de agradar a Deus e compor o
grupo hegemônico, muitos se submetem a “tratamentos” que prometem mudanças. No
fim, sem os resultados prometidos, a autoestima se esvai e o senso de valor
próprio desmorona. O fracasso do processo gerará, inevitavelmente, sentimentos
de impotência e frustração. Consequentemente, depressão e outras doenças
psíquicas terão solo fértil. Não raro, alguns optam por medidas extremas, como
o suicídio. Será que fazer a vontade de Deus conduz a tão profundos abismos
emocionais e a cativeiros existenciais? Não! Jesus veio para que tivéssemos
vida em abundância! (João 10.10b). Cristo convida cansados e oprimidos para dele
receber alívio (Mateus 11.28). Enquanto a igreja convencional fecha as portas
aos diferentes, Jesus abre seus braços e acolhe a todos, incondicionalmente
(João 6.37).
Portanto, gays e lésbicas não conseguem mudar
sua orientação sexual porque não está no coração de Deus que tal mudança
aconteça. O Senhor deseja que nos aceitemos como obra de suas mãos, que
encaremos nossa sexualidade como um dom divino, não como um castigo. Devemos
ter o mesmo sentimento de admiração de Davi ao descrever sua própria formação
no ventre materno (confira Salmo 139.13 e 14). Ser homossexual não limita a
graça divina, não impede que sejamos chamados filhos de Deus (João 1.12). Isso
não é autoajuda, é verdade que liberta! Nossa busca não deve consistir em fazer
ou ser aquilo que a sociedade determina como padrão, mas em aceitar o que Deus
determinou ao nos formar. Aceitar Sua vontade é experimentar algo bom, perfeito
e agradável (Romanos 12.2). É preciso tomar posse dessa verdade. Deus não nos
culparia por algo que não escolhemos ser. Ele é justo, é amor e misericórdia.
Da mesma forma que ele não tem o culpado por inocente, ele não tem o inocente
por culpado. (Naum 1.2 e 3).
Parabéns pastor !! Ótima postagem! Por favor não deixe o blog desatualizado :(
ResponderExcluirboa noite pastor Alexandre estava lendo seu blog com o auxilio da biblia a procura de resposta,mais conseguir uma briga feia comingo mesmo,nao sei se o senhor passou por essa guerra, do seu eu interior com seu eu exterior,frequentei uma igreja inclusiva durante um mes,nao sei ate hoje como o endereço de uma igreja inclusiva foi parar num jogo de RPG.Tenho 40 anos,basicamente uma vida dupla,trabalhava o dia e a noite ia pra festas gays,guetos, saunas,pegaçao no cinema e domingo Igreja assembleia de Deus,usava a mascara do domingo e ia sabia que estava fazendo algo errado.isso ate dezembro de 2015 quando conhecir a igreja inclusiva mudou e esta mudando a minha vida,e uma mundança tao grande que ate agora nao tenho noçao do que estar acontecendo,resolvir parar de ir a igreja,talvez por estar ainda me sentindo sujo.nao por ser gay mais pela vida que levava,de pecado.
ResponderExcluirSe Deus em sua infinita bondade, na sua onisciência, e em todo seus esplendor e perfeição nos fez dessa forma, quem é o homem que vai dizer o contrario? afinal Deus não comete erros e sei agora que ele ainda me ama e também a outros assim como eu
ResponderExcluirMuitos de nós sofremos..com isso
ResponderExcluirPrecisamos mas de publicações assim
ResponderExcluirdesafortunadamente las personas llaman de gay,quien Vieron las manos,quien usa rosa,maldita sociedade
ResponderExcluirBoa tarde sou Dom Roberto sou catolico( não sou da Igreja Romana) e fiquei apaixonado pela biblia da inclusão.
ResponderExcluirdesejo comprar uma Biblia estou aguardando ser liberada o produto pra compra.