segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Cristãos Gays ou Não-Gays: a Diferença Está nas Atitudes

Pelos seus frutos, os conhecereis.Toda a árvore boa dá bons frutos e toda a árvore má dá maus frutos. A árvore boa não pode dar maus frutos nem a árvore má, dar bons frutos... Pelos frutos, pois, os conhecereis.
Mateus 7.16-20

Refletindo sobre a imagem que todos os cristãos devem ter neste mundo corrompido, fui levado a meditar acerca dos desafios que os cristãos LBGTs enfrentam diariamente. A sociedade carrega a nosso respeito toda espécie de preconceitos e mitos os mais negativos e o pior é que muitos homossexuais aceitam resignadamente tais rótulos como se o senso comum a seu respeito fosse uma verdade incontestável. Quando se fala de gays cristãos, então, o receio é ainda maior! A sociedade não nos dá crédito, os cristãos tradicionais muito menos, e, de maneira contraditória, muitos gays também não acreditam ser possível conciliar homossexualidade e fé: são mentes cauterizadas por doutrinas, ensinamentos e ideologias históricas, em sua maioria construídas pela própria Igreja.

Felizmente, nem todos pensam dessa forma e, surpreendentemente, ao contrário do que muitos pensam, há cristãos heterossexuais cujas mentes já compreenderam a graça incondicional de Deus, oferecida a todos, sem exceções. O escritor cristão americano, Philip Yancey, autor consagrado de vários best sellers é um dos que já apresentam uma visão diferenciada sobre cristãos LGBTs e faz isso sem falsos moralismos e julgamentos injustos, antes, prega que todos são iguais diante da graça divina, apesar das diferenças entre os seres humanos. A seguir, trascrevo um texto desse autor que demonstra muito bem que a diferença está nas atitudes e nos frutos de cada cristão. Boa leitura! 

Alexandre Feitosa

Quem mostra o amor de Jesus?
     Por Philip Yancey

Eu estava em Washington num dia em que 300 mil ativistas de direitos dos homossexuais se reuniram lá para uma manifestação. Era outubro, o dia estava muito frio, e nuvens cinzentas derramavam a chuva sobre os manifestantes que desfilavam pelas ruas da capital do país. Enquanto olhava a movimentação, na calçada bem em frente à Casa Branca, assisti a um confronto muito notável.

Aproximadamente quarenta policiais, muitos deles a cavalo, formaram um círculo para proteger um pequeno grupo de manifestantes cristãos. Graças aos enormes cartazes alaranjados com ameaças vívidas do fogo do inferno, o pequeno grupo de crentes conseguira atrair a maioria dos fotógrafos da imprensa. Apesar de ser um deles para cada 15 mil homossexuais, gritavam frases inflamadas contra os manifestantes.
             
O líder gritava ao microfone, mandando que os “bichas” fossem para casa, e os outros o seguiam, repetindo o mesmo grito. Quando se cansaram disto, passaram para “Que vergonha o que você faz!” No intervalo entre os gritos, o líder fazia sermões breves, carregados de enxofre, sobre falsos pastores, lobos em pele de cordeiro, e o fogo mais quente do inferno (que, para ele, estava reservado para os sodomitas e outros pervertidos).
            
 O último insulto do repertório, gritado com mais entusiasmo, foi “Aids, Aids, ela espera por você.” Tanto eu quanto eles acabáramos de ver uma procissão com várias centenas de pessoas com Aids, algumas em cadeiras de rodas, outras com o rosto macilento e encovado como o dos sobreviventes dos campos de concentração e alguns cobertos de feridas vermelhas. Ouvindo os gritos, não conseguia compreender como alguém pudesse desejar esse destino para outro ser humano.
             
Os manifestantes responderam de formas diversas aos cristãos. Os mais briguentos jogavam beijos ou gritavam de volta: “Fanáticos! Que vergonha vocês são!” Um grupo de lésbicas fez com que membros da imprensa rissem, gritando em uníssono: “Queremos a esposa de vocês!”
             
Dentre os manifestantes gays, pelo menos 3 mil faziam parte de grupos religiosos: movimento Dignidade Católica, grupo Integridade Episcopal e, até mesmo, alguns mórmons e adventistas do sétimo dia. Mais de mil marchavam sob a bandeira da Igreja da Comunidade Metropolitana (ICM), denominação que professa uma teologia bem ortodoxa, exceto quanto à homossexualidade. Este último grupo respondeu de forma tocante aos cristãos cercados por eles: pararam bem firmes, voltaram o rosto para eles, e cantaram algo mais ou menos assim: “Jesus ama vocês, sabemos com certeza, porque a Bíblia assim o diz.”
             
As fortes ironias presentes naquela cena de confronto me acompanharam até muito tempo depois que saí de Washington. De um lado, os cristãos “justos”, defendendo a pura doutrina (nem mesmo o Conselho Nacional de Igrejas considera a ICM apta a ser aceita como membro). Do outro lado, os “pecadores”, muitos dos quais admitiram abertamente sua prática homossexual. Ainda assim, um lado destilou ódio e o outro cantou o amor de Jesus.

(Philip Yancey, Perguntas que Precisam de Respostas, editora Textus, 2001)



6 comentários:

  1. Alexandre muito bom mesmo suas leituras que compartilha conosco....deixa so tefala uma coisa vou com minha mãe na igreja da graça e num domingo na oração o pastor começou falar do pecado homossexaul...ai no final fui falar com o pastor contei a ele que tenho uma namorada ...e que pretendemos nos casar ele me disse que não era ninguem nem caberia a ele julgar...mais falou pra eu continuar indo as reuniões mais que ninguem soubesse dali da igreja que eu tinha uma namorada...nossa me senti muito mal....

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  2. Olá, Eloiza. Tudo bem? Graça e paz!

    Obrigado pela contribuição no nosso Blog.

    Bom, admiro sua coragem de revelar sua vida a esse pastor e mais ainda a atitude dele em não te julgar.

    Devemos mostrar que é possível ser cristão sem abrir mão de nossa identidade!

    Que Deus abençoe você e sua companheira!

    Abraços e volte sempre!

    Pr. Alexandre Feitosa

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  3. Pr. Alexandre, graça e paz!

    Creio que são estas trincheiras entre o bom fruto e o mal fruto que algumas igrejas inclusivas ainda precisam sofrer para que realmente possam proclamar o verdadeiro amor de Jesus: INCONDICIONAL E INCORRUPTÍVEL!

    Que Deus o abençoe, que o inspire ainda mais nesta sua nova fase de sua jornada enquanto servo dEle.

    Glórias sempre sejam data a Ele, por meio de sua vida Pastor!

    Deus é fiel!

    TA.

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  4. É incrível como é mais fácil destilar o ódio às pessoas do que proclamar o amor!!! Jesus, perdoe-nos todos os dias dos nossos pecados e nos faça santo diante dos teus olhos, em nome de Jesus!!!!! Amém!!!!

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  5. Perfeito, também estou divulgando este blog maravilhoso!

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  6. Amado, alÊ, defendo com toda veemencia teus escritos, concordo, orando para ver a diferença nestas mentes tão cauterizadas...
    ...Oro que vc seja um dos meios dessas pessoas alcançarem dicernimento e oro poor mais que aki no BRASIL, cresça cada vez mais e mais a oportunidade de todos aqueles que nos julgam e nos condenam achando que estamos fadados, a nunca podemos viver em santidade e professar nossa fé, que entendam, e "caiam as escamas", para ver e entender o amor de Deus em todas suas nuances,....

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