Hoje recebemos a seguinte dúvida com relação ao
livro de Levítico:
Duas coisas que pra mim estão realmente fazendo uma
bagunça nas minhas crenças. Pra resumir: sempre argumentamos que Cristo pôs fim
à Lei, logo as proibições de Levítico 18.22 e 20.13 não são mais válidas pra
hoje. No entanto, se isso é verdade, a conclusão lógica é de que queimar
crianças no fogo, o sexo com animais e o incesto são permitidos, principalmente
o sexo com animais, porque se a homossexualidade era condenada por ser usada no
culto pagão então a bestialidade (zoofilia) também é permitida hoje porque era
usada em culto pagão e o Novo Testamento não condena isso. M.S.
Por Alexandre
Feitosa
Muitos teólogos inclusivos têm apelado para
argumentos com pouca sustentação bíblica a fim de invalidar as ordenanças do
livro de Levítico em sua totalidade. Argumentam que hoje não é pecado comer
carne suína, peixes de pele, dentre outros – animais considerados imundos,
portanto, se essas proibições não estão mais em vigor, por que estaria o sexo
entre homens mencionado em Levítico 18.22?
Outro argumento de que Levítico foi totalmente
abolido diz respeito a Jesus. Argumentam que Cristo, ao cumprir a Lei, anulou
todos os preceitos de Levítico. Isso não é verdade! É claro que muitas das
proibições desse livro hoje foram absolutamente suplantadas por sua missão, que
nos livrou do jugo da Lei (Gálatas 3.23-26). Entretanto é um equívoco acreditar
que Lei e Levítico sejam palavras sinônimas. Não são. Embora esse livro seja um
bom exemplo dos preceitos da lei mosaica, muitas de suas ordenanças continuam
em pleno vigor! Basta lembrarmos que o próprio Cristo recorreu ao Levítico
quando resumiu toda a lei em dois mandamentos! (Compare Levítico 19.18 com Mateus
22.39). Jesus aboliu a Lei no sentido de que nós, gentios, não somos mais
obrigados a cumprir os preceitos do Judaísmo, como a circuncisão, a guarda do
sábado, dentre outros.
A proibição aos atos homossexuais descritos em
Levítico 18.22 e 20.13 estaria em vigor? Estaria na medida em que as motivações
sejam as mesmas, ou seja, o sexo ritualístico.
Alguns podem argumentar então que o sexo com animais
– descritos na mesma perícope - seja hoje permitido por Deus desde que fora de
um contexto ritualístico. Esse argumento tem sustentação lógica, não teológica.
Quando confrontamos tais textos com a realidade da homoafetividade, o
entendimento dessas proibições ganha novos contornos. A Teologia inclusiva
consegue discernir muito bem o sexo promíscuo, as parafilias e o sexo praticado
nos relacionamentos homoafetivos estáveis.
Será que Deus aprova toda forma de sexo entre
homens, ainda que não seja praticado em um contexto ritualístico? De
forma alguma! Os princípios bíblicos para o sexo permanecem inalterados, ou
seja, biblicamente, o sexo torna-se uma bênção para as pessoas quando estas
constituem um casal que vive de maneira estável, ou seja, quando há compromisso
e aliança entre as partes. O sexo promíscuo (prostituição), o sexo sem
compromisso (fornicação) e as parafilias (como a zoofilia e o incesto –
proibidos em Levítico, porém não mencionados no Novo Testamento) são
incompatíveis com o conceito de afetividade, estabilidade e aliança, portanto,
permanecem como pecados sexuais, sejam praticados por homossexuais ou
heterossexuais, em um contexto ritualístico ou não.
Obrigado pelo texto, Alexandre. :)
ResponderExcluirEu que agradeço a visita ao nosso Blog, Jon! Abraços, meu querido! :)
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