Em um cenário dominado pelos homens, a pastora
Andrea Gomes é uma pioneira do Evangelho da Inclusão no Brasil. Natural de São
Paulo, a pastora de 37 anos foi uma das primeiras mulheres a assumir o pastorado
no Brasil. Em 31 de janeiro de 2013, a Igreja Apostólica Nova Geração em Cristo
(IANGC) completará 2 anos. Com 2 núcleos (Lapa e Santo André - SP), a IANGC se caracteriza
pelo estilo pentecostal e pela ênfase no evangelismo. Seu diferencial é levar a
Palavra a regiões periféricas de SP, diferentemente das demais igrejas,
concentradas no centro da cidade. Conheça um pouco mais dessa mulher corajosa
que, gentilmente, nos concedeu a seguinte entrevista.
1) Conte-nos como ocorreu sua conversão. Ocorreu em
uma igreja inclusiva ou tradicional? Se tradicional, houve conflitos com a
sexualidade? Se sim, houve tentativas de mudança? A que conclusão chegou?
Conheci
o Senhor Jesus com 13 anos de idade, quando participava de um movimento chamado
Renovação Carismática Católica. Foi nesse período da minha vida, que
inicialmente experimentei o mover do Espírito Santo. O conflito que vivi em
relação a minha sexualidade foi em relação a mim mesma, pois de certa forma eu
acreditava que DEUS me amava independente de qualquer coisa, porém nos meus
pensamentos viver a minha homossexualidade seria trazer sofrimento para a minha
família, e isso era algo que eu nunca deixaria acontecer. Então tentei levar
uma vida conforme era de agrado à sociedade. Mas me barrei nos meus
sofrimentos, pois não me sentia completa, estando com um homem. Até que um dia
beijei uma mulher pela primeira vez, foi quando entendi que a felicidade era
pra’ ser vivida. Senti-me liberta das prisões que eu mesma havia me colocado.
Então para não entrar em “choque” com a igreja a qual eu participava, decidi
sair, pois sempre acreditei que aquilo que se prega deve-se viver. A partir daí
fiquei sem rumo espiritual, e pude vivenciar as coisas que o mundo oferecia.
Mas os planos de Deus sobre a minha vida não poderiam ser frustrados, sendo
assim, através de um panfleto conheci pela primeira vez uma igreja inclusiva, e
com isso pude retornar ao primeiro amor, e assim me dedicar em espírito e
verdade à obra de Deus.
2) Fale-nos da Igreja Apostólica Nova Geração em
Cristo. Como nasceu e qual a sua principal bandeira? Como tem sido sua
principal estratégia de trabalho?
Seguindo a orientação do Senhor, iniciamos em
Novembro de 2009 um grupo de oração que tinha por objetivo levar a palavra da
verdade e abençoar as casas quais nos acolhiam. Nos primeiros dias de 2010
realizamos uma poderosa Campanha: “12 dias de Clamor por 12 meses de Bênçãos”.
Essa campanha foi o inicio de uma mudança no grupo de oração. Mudança tanto
enquanto ministério como também nas vidas que ali se encontravam. No dia 31 de
Janeiro de 2010 realizávamos o primeiro culto no espaço o qual o Senhor havia
nos concedido, através do seu amor e da sua eterna misericórdia. Era culto de
Santa Ceia, nossos corações explodiam de tanta alegria e felicidade, pois
contemplávamos a concretização da promessa. E assim, pela vontade do Senhor, a
Igreja Apostólica Nova Geração em Cristo é estabelecida na terra, sendo
edificada sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo
é a principal pedra, no qual todo o edifício bem ajustado cresce para templo
santo do Senhor. Somos homens e mulheres de Deus, que acreditam no amor
infinito de Jesus pelo homem e sua criação. Queremos fazer a vontade do Senhor
nesta terra e levar sua mensagem de salvação a cada canto deste planeta. Nossa
estratégia é a mesma da igreja primitiva, ou seja, ser conduzida pelo Espírito
Santo. Onde Ele nos permitir ir lá estaremos, pra’ Glória de Deus, e para que
pessoas sejam salvas em nome de Jesus.
3) A NG tem estado presente em manifestações
populares como a Marcha pra Jesus e a Parada Gay. Qual a importância dessas
participações e o que se pode esperar delas?
Sim!
Participar de manifestações populares também ajuda a igreja crescer.
A
igreja precisa estar inserida num contexto social, para ser agente
transformador, e divulgadora das boas novas. Essas participações, é uma das
formas que temos de exercer o IDE, pois temos a oportunidade de chegar até as ovelhas
perdidas da casa do Pai. Esperamos através disso a salvação de muitos.
4) Pastora Andrea, na última década o número de
comunidades inclusivas vem crescendo no Brasil. Consequentemente, existem
diferenças litúrgicas e doutrinárias como em outras denominações. Como você
enxerga e avalia essas diferenças?
IANGC na Marcha Pra Jesus |
5) Como é ser líder em um país cuja tradição
pastoral é masculina e onde as igrejas inclusivas são minoria?
Quando
li essa pergunta logo me veio ao coração. - A minha Graça te basta!
E
é só pela Graça mesmo que consigo estar à frente de um trabalho tão maravilhoso
como esse de pastorear. Amo o que faço, e procuro fazê-lo com sabedoria.
Vejo
que essa tradição de certa forma existe em nosso meio, e para isso nós mulheres,
quando tomamos posse desse chamado de Deus em nossas vidas, precisamos agir de
acordo ao chamado, ou seja com dedicação, com boa índole, com sabedoria e na
autoridade que há em Jesus Cristo. De forma nenhuma devemos achar que somos”
menos”, pois independente de ser homem ou mulher, o que difere no chamado é a
importância que se faz dele em nossas vidas.
6) São Paulo é um celeiro de comunidades
inclusivas, são pelo menos 5 igrejas bem estabelecidas. Como exercer o
ministério pastoral em um cenário como esse? Não há riscos de competições e
inimizades?
Temos
que ter em mente o que disse Jesus, que a Seara é realmente grande, mas pouco
os cefeiros, sendo assim temos ainda poucas igrejas em São Paulo, e é essa a
visão da “Nova Geração em Cristo”. Procuramos agir com interação com outras
igrejas, sejam elas inclusivas ou não, afinal de contas vamos todos morar no
céu. É importante que as lideranças de cada igreja tenham essa visão, pois o
inimigo é sujo e pode realmente querer implantar um clima de competição e
inimizade, precisamos entender que a igreja de Jesus é una, ou seja um só
Senhor, uma só fé, um só batismo. Há um só Deus e Pai de todos que atua acima
de todos, por todos e em todos (Efésios 4.5-6).
7) Algumas igrejas inclusivas têm ganhado bastante
destaque na mídia. Esse destaque é positivo ou negativo em sua opinião? Acha
que a mídia tem sido fiel em revelar o que de fato são as igrejas inclusivas?
Batismo: sinal de crescimento! |
Vejo
que em alguns momentos a mídia tem explorado essa oportunidade de uma maneira
errônea, acentuando mais o fato da homossexualidade do que a importância de
haver igrejas que não fazem acepção de pessoas.
8) Que conselhos você daria a líderes de igrejas
não inclusivas que enfrentam problema com a homossexualidade de alguns de seus
membros?
Ser
direcionado pelo Espírito Santo e/ou agir conforme Jesus agiria.
9) Pastora, para finalizar: que palavra daria
àquelas pessoas que, sendo cristãs e homossexuais, sentem-se indignas de
pertencer a uma igreja?
“Porque não recebestes o espírito de escravidão, para
outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos,
pelo qual clamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito
que somos filhos de Deus” (Romanos 8, 15-16)
Unidade Lapa
Rua Belchior Carneiro, 26 - Lapa - SP
ao lado da estação de trem Lapa
(CPTM - linha 7 Rubi)
Unidade Santo André
Av. Queirós dos Santos, 184
Centro - Santo André - SP
na rua da estação de trem Santo André
(CPTM linha 10 Turquesa)
(11) 8028-6231 Oi
(11) 8591-0596 Tim
(11) 3661-7870 Fixo
Site:
http://ianovageracaoemcristo.webnode.com//
Av. Queirós dos Santos, 184
Centro - Santo André - SP
na rua da estação de trem Santo André
(CPTM linha 10 Turquesa)
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