sexta-feira, 4 de junho de 2010

A Igreja deve ser contra ou a favor do PL 122?

Por Alexandre Feitosa
Todos os cristãos deveriam conhecer o conteúdo do PL 122 antes de emitir opiniões formadas por terceiros. O projeto não proíbe a livre expressão de pensamento e de opiniões, mas visa coibir a ofensa e a discriminação contra pessoas homoafetivas. Todos nós, assim como Cristo, devemos tratar a todos com igualdade. O projeto de lei também protege os heterossexuais, caso sejam alvo de preconceito! O texto proíbe a discriminação contra qualquer orientação sexual, inclusive a heterossexualidade! Se algum homossexual agir com discriminação contra alguém por ser heterossexual, ele também estará sujeito às punições da lei!
O PL 122 não proíbe a expressão de crenças e doutrinas religiosas, pois a Lei Máxima, a Constituição, já garante esse direito; o projeto apenas procura proteger uma categoria da sociedade historicamente massacrada. Chamar o projeto de Ditadura Gay ou Mordaça Gay só demonstra ignorância do seu conteúdo. Cristo nunca fez acepção de pessoas, nunca tratou ninguém com preconceito e discriminação. Dizer NÃO à aprovação desse projeto de lei é dizer SIM ao preconceito, uma atitude que a verdadeira igreja de Cristo não deveria ter. Ouve-se com freqüência no seio dessas igrejas: “amamos os homossexuais, mas repudiamos suas práticas pecaminosas”. Se a atitude da igreja frente aos homossexuais não é discriminatória, por que muitos temem em assumir essa condição ali?
Outro ponto importantíssimo é que, com o substitutivo apresentado posteriormente, o PL 122 também torna crime a discriminação contra idosos e contra deficientes. O projeto é um avanço a favor dos direitos humanos e contribui para a igualdade social, tão reclamada pelas categorias marginalizadas. Tiago já defendia o amparo aos desvalidos de sua época (Tiago 1.27). Como a Igreja de hoje deve se posicionar quanto a essa questão?
Várias pesquisas, nos Estados Unidos, Europa e Brasil, provaram que o índice de suicídio entre jovens homossexuais é 6 vezes maior que o índice entre jovens heterossexuais. Os especialistas afirmam que pelo menos 40% desses suicídios estão relacionados com o discurso intolerante de muitas estruturas religiosas. A Igreja não pode ficar alheia a esses dados! As igrejas cristãs tradicionais, enquanto sustentarem uma posição intolerante, de exclusão e preconceito, jamais alcançarão os homossexuais para Cristo.
O mais coerente, portanto, é que os cristãos conheçam o texto do PL 122 com seus substitutivos e reflitam para, em seguida, se posicionar de forma consciente e consistente. Infelizmente, muitos não têm opinião própria, mas se deixam levar pelo que os outros ditam nos púlpitos da intolerância e, sem saber, fortalecem uma visão anticristã, que exclui, por meio de um discurso mascarado de amor, uma classe de pessoas que necessita, como todos, da proteção do Estado e, principalmente, da graça salvadora de Cristo.

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