Pr. Alexandre Feitosa
Você já ouviu falar em "ideologia de gênero"? Não? Antes de discorrer sobre o tema, conheça pelo menos 10 afirmações sobre a ideologia de gênero que recolhemos na Internet:
1 - A ideologia de gênero quer transformar meninos em meninas e vice e versa;
2 - A ideologia de gênero quer interferir na orientação sexual das crianças;
3 - A ideologia de gênero quer desconstruir a família;
4 - A ideologia de gênero quer ensinar o homossexualismo (sic) nas escolas;
5 - A Ideologia de gênero quer abolir as leis biológicas;
6 - A Ideologia de gênero diz que as crianças não nascem meninos ou meninas;
7 - A Ideologia de gênero possibilitará a naturalização e aceitação da pedofilia;
8 - A ideologia de gênero fabricará desequilibrados mentais;
9 - A Ideologia de gênero invalida a criação do homem e da mulher;
10 - A Ideologia de gênero ameaça a dignidade humana.
Uma ideologia com tantas ameaças deve ser combatida, não acha? Com certeza, caso as afirmações acima fossem verdadeiras. E não são? Felizmente nenhuma delas é verdadeira! Ufa! São apenas mitos, mas que estão sendo repassados como verdade por muitos formadores de opinião: políticos, religiosos, pastores, padres, etc... Mas como tudo isso surgiu? Tudo por causa de algumas diretrizes presentes na proposta do Plano Nacional de Educação (PNE), que preconiza:
"Em consonância com estes princípios, o PNE, o planejamento e as políticas no Brasil, devem orientar-se pelas seguintes diretrizes: [...] III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase na igualdade racial, regional, de gênero e orientação sexual, e na garantia de acessibilidade".
Pois é, bastou a presença das expressões "de gênero e orientação sexual" para que os religiosos políticos surtassem se organizassem para modificar o texto.
Ontem, em minha congregação,
apresentamos um panorama do momento político que estamos vivendo e a discussão foi
motivada pela “ideologia de gênero”. Ao pesquisar sobre o assunto, deparei-me com
textos e afirmações tão absurdas que julguei necessário apresentar neste post
os mitos que têm sido propagados como verdade. É preciso esclarecimento,
conhecimento e discernimento, se quisermos combater adequadamente não somente
os preconceitos, mas as falácias discursivas que exercem um grande poder de
persuasão e formação de opinião sobre aqueles que acreditam em tudo que os
religiosos pregam e disseminam.
Em primeiro lugar, é importante ressaltar que, embora todo discurso seja
ideológico (no sentido de apresentar um posicionamento sobre determinada
questão), a expressão “ideologia de gênero” não consta do texto do PNE, mas está sendo utilizada por religiosos a fim de facilitar a propagação de seu pernicioso
discurso.
Algo deve ficar claro: gênero e orientação sexual não são ideologias,
são fatos, são verdades inerentes à constituição sexual humana. Por exemplo: não foi a biologia quem disse que a cor rosa é para mulheres e a cor azul é para homens, que cabelo curto é masculino e comprido é feminino. Tudo isso são construções sociais e culturais que devem ser desconstruídas pois causam o preconceito de gênero. Tais preconceitos inibem a liberdade humana, encarcerando as singularidades que tão belamente caracterizam a diversidade.
O texto do PNE é bastante claro
ao defender que as políticas públicas devem trabalhar para pôr fim às
desigualdades educacionais que provocam a evasão escolar e a continuidade de
preconceitos motivados por questões raciais, regionais, de gênero e de orientação sexual. Vale
ressaltar que a proposta não é interferir nas marcas de gênero ou na orientação
sexual dos alunos, mas educar para que tais questões – presentes no âmbito
escolar – sejam respeitadas. Quando uma escola trabalha para a igualdade, está
cumprindo dois princípios: 1) Constitucional – Todos são iguais; 2) Bíblico –
Deus não faz acepção de pessoas. Entretanto, não é assim que pensam os religiosos,
que deturpam tudo a favor de uma fé cega, sem discernimento, que em nada
reflete os princípios de amor ao próximo e o respeito à diversidade criada por
Deus.
Educação não modifica as singularidades das pessoas. Educação transforma para o respeito e a dignidade humana.
Eu sou homossexual e me aceito como sou mas eu não deixo de reconhecer que identidade de gênero é uma coisa muito complexa. Os meninos e meninas aprendem os padrões sociais e culturais de cada gênero como foi dito acima (construído). E por causa disso é polêmico defender a ideologia de gênero.
ResponderExcluiramei!!! e me ajudou muito no meu trabalho da faculdade sobre Ideologia de Gênero, onde iriei defende-la em uma tribuna.
ResponderExcluirEu vejo muita gritaria nas redes sociais acerca disso e muita pouca lucidez e pesquisa. Como estudante de Letras, li as diretrizes da BNCC, PNE e várias outras publicações do MEC e se cita alguma coisa sobre diversidade e orientação sexual é muito pouco (existem 4 parágrafos sobre o assunto em 400 páginas de BNCC e tudo previsto para o Ensino Fundamental II), então a escola não é o lugar em que a criança vai "aprender a deixar de ser" menino ou menina. Agora, a mídia e as propagandas ajudam a criar a polêmica e o diálogo sobre a diversidade sexual e de gênero é muito pertinente, sim. Isso é uma opinião minha.
ResponderExcluirEncontrei esse post porque estava pesquisando "Ideologia de Gênero" e me deparei com inúmeros artigos, inclusive livros publicados, absurdos. Afirmações como "a ideologia de gênero quer destruir a família" ou "precisamos proteger nossas crianças" sem fundamento nenhum, sem nenhuma explicação. Resolvi trocar a busca por "Mitos da ideologia de gênero" e encontrei artigos mais coerentes. Mas isso me deixou muito apreensiva, em pensar que qualquer pessoa leiga ou com menos prática em exercitar o pensamento crítico possa encontrar esses artigos e, assim como eles querem, seja levada ao preconceito através do medo. É ridículo o que está acontecendo, me entristece muito. Mesmo eu, que sou mulher heterossexual e que me identifico completamente com o gênero feminino. Como comentaram anteriormente, existe muita gritaria, muitos artigos de opinião disseminando preconceito principalmente por meio do medo, e pouca lucidez e pesquisa. Ler esses absurdos, todos os argumentos claramente sem fundamento e que buscam confundir as pessoas, até mesmo em livros publicados é revoltante.
ResponderExcluirEntão Menino nasce com pênis e menina nasce com vagina?Engraçado as pessoas HERMAFRODITAS me parece que foram "retiradas do catalogo",esse grupo que acabei de citar é a maior prova de contradição dos conservadores,A diversidade sexual humana sempre foi um tabu,o desconhecimento leva o ser humano ao medo e o medo leva a ignorância e a mesma leva a praticas de violências das diversas formas possíveis,a heteronormatividade já é uma ideologia de gênero e o que me parece que ninguém parou pra pensar nisso?Os parasitas vivem da zona de conforto para eles não importa se terceiros e as minorias estão sofrendo com essa opressão.
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